quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Pedagogia de Projetos: fundamentos e implicações.




Introdução


Atualmente, uma das temáticas que vêm sendo discutidas no cenário educacional é o trabalho por projetos. Mas que projeto? O projeto político-pedagógico da escola? O projeto de sala e aula? O projeto do professor? O projeto dos alunos? O projeto de informática? O projeto de TV Escola? O projeto da biblioteca? Essa diversidade de projetos que circula frequentemente no âmbito do sistema de ensino muitas vezes deixa o professor preocupado em saber como situar sua prática pedagógica em termos de propiciar aos alunos uma nova forma de aprender integrando as diferentes mídias nas atividades do espaço escolar.

Existem, em cada uma dessas instâncias do projeto, propostas e trabalhos interessantes: a questão é como conceber e tratar a articulação entre as instâncias do projeto para que de fato seja reconstruída na escola uma nova forma de ensinar, integrando as diversas mídias e conteúdos curriculares numa perspectiva de aprendizagem construcionista. Segundo Valente (1999, p. 141), o construcionismo "significa a construção de conhecimento baseada na realização concreta de uma ação que produz um produto palpável (um artigo, um projeto, um objeto) de interesse pessoal de quem produz".

Na pedagogia de projetos, o aluno aprende no processo de produzir, levantar dúvidas, pesquisar e criar relações que incentivam novas buscas, descobertas, compreensões e reconstruções de conhecimeno. Portanto, o papel do professor deixa de ser aquele que ensina por meio da transmissão de informações - que tem como centro do processo a atuação do professor - para criar situações de aprendizagem cujo foco incida sobre as relações que se estabelecem nesse processo, cabendo ao professor realizar as mediações necessárias para que o aluno possa encontrar sentido naquilo que está aprendendo a partir das relações criadas nessas situações. A esse respeito Valente (2000, p. 4) acrescenta: "(...) no desenvolvimento do projeto o professor pode trabalhar com (os alunos) diferentes tipos de conhecimentos que estão imbricados e representados em termos de três construções: procedimentos e estratégias de resolução de problemas, conceitos disciplinares e estratégias e conceitos sobre aprender".

No entanto, para fazer a mediação pedagógica, o professor pecisa acompanhar o processo de aprendizagem do aluno, ou seja, entender seu caminho, seu universo cognitivo e afetivo, bem como sua cultura, história e contexto de vida. Além disso, é fundamental que o professor tenha clareza da sua intencionalidade pedagógica para saber intervir no processo de aprendizagem do aluno, garantindo que os conceitos utilizados, intuitivamente ou não, na realização do projeto sejam compreendidos, sistematizados e formalizados pelo aluno.

(...)

O trabalho por projetos requer mudanças na concepção de ensino e aprendizagem e, consequentemente, na postura do professor. Hernández (1988, p. 49) enfatiza que o trabalho por projeto "não deve ser visto como uma opção puramente metodológica, mas como uma maneira de repensar a função da escola". Essa compreensão é fundamental, porque aqueles que buscam apenas conhecer os procedimentos, os métodos para desenvolver projetos, acabam se frustrando, pois não existe um modelo ideal pronto e acabado que dê conta da complexidade que envolve a realidade da sala de aula, do contexto escolar.

A pedagogia de projetos, embora constitua um novo desafio para o professor, pode viabilizar ao aluno um modo de aprender baseado na integração entre conteúdos das várias áreas do conhecimento, bem como entre diversas mídias (compuatdor, televisão, livros) disponíveis no contexto da escola. Por outro lado, esses novos desafios educacionais ainda nãos e encaixam na estrutura do sistema de ensino, que mantém uma organização funcional e operacional - como, por exemplo, horário de aula de 50 minutos e uma grade curricular sequencial - que dificulta o desenvolvimento d eprojetos que envolvam ações interdisciplinares, que extrapolam o tempo da aula e o espaço físico da sala de aula e da escola.

6 comentários:

Anônimo disse...

"O aluno aprende no processo de produzir, levantar dúvidas, pesquisar e criar relações que incentivam novas buscas, descobertas, compreensões e reconstruções de conhecimento."
Penso que às vezes um grupo de professores planeja um projeto maravilhoso, onde consegue englobar o maior número possível de disciplinas, mas na hora de colocar em prática é que aparece o maior erro, continua fazendo do aluno um sujeito passivo, sem ter a oportunidade de criar, de buscar, e o professor segue sendo o transmissor do conhecimento, aquela pessoa que detem toda a informação e o conhecimento.
Fernanda Martins

Anônimo disse...

Os projetos nunca estarão terminados, temos boas intenções ao aplicá-los,muitas vezes não sai como exatamente planejamos.O busca pelo conhecimento é dinâmico, não pode ser engessado, nosso aluno tem muita energia.Devemos nos moldar, aprendendo a trabalhar com colegas professores,alunosetc.O tempo e espaço fisico-pedagógico também tem de ser repensado, reestudado etc. (Antonio)

ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO MÉDIO NILZA CORRÊA PEREIRA disse...

Na verdade, nossos projetos funcionam como arquipélagos, sem a necessária comunicação entre os diferentes projetos das dsciplinas e dos diferentes setores da escola.
Poderíamos dizer que enquanto eles não tiverem coerência entre si, a escola será uma torre de babel, sem comunicação e entendimento interno.

Anônimo disse...

O trabalho por projetos é viável desde que seja a vontade de todos os envolvidos, não basta um querer, e os demais ficarem de fora. Construir o conhecimento não é fácil, por mais que façamos diferente nossos alunos estão acostumados a ser passivos, pensam que os professores tem que trazer tudo pronto. O trabalho é árduo, mas creio que é possível haver mudança.
Eleonora Centena.

Rita celeste disse...

Se não existir a vontade e o interesse dos envolvidos na construção do conhecimento não será viável a sua prática .O trabalho por projetos não é algo tão fácil de por em prática , mas quando existem professores e alunos que interagem haverá a mudança do aprender .

Luciana Maria Azeredo Dias Costa disse...

Acredito, que a maneira mais democrática de se praticar a educação com maestria,cujo o resultado seja a verdadeira aprendizagem , trata-se da Pedagogia de Projetos. Nela são contempladas as questões das diferenças que envolvem a subjetividade,as necessidades especiais,as inteligências múltiplas, as realidades diversificadas dos educandos e educadores além das diferenças regionais.Eu recomendo tentar... Depois dos primeiros resultados,torna-se impossível voltar a uma prática de transmissão tradicional.
Luciana Maria Azeredo Dias Costa

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