sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Jean Piaget (1896 - 1980)



O biólogo que pôs a aprendizagem no microscópio


O cientista suíço revolucionou o modo de encarar a educação de crianças ao mostrar que elas não pensam como os adultos e constroem o próprio aprendizado. Segundo ele, o pensamento infantil passa por quatro estágios, desde o nascimento até o início da adolescência, quando a capacidade plena de raciocínio é atingida.

As descobertas de Piaget tiveram grande impacto na pedagogia, mas, de certa forma, demonstraram que a transmissão de conhecimentos é uma possibilidade limitada. Por um lado, não se pode fazer uma criança aprender o que ela ainda não tem condições de absorver. Por outro lado, mesmo tendo essas condições, não vai se interessar a nãos er por conteúdos que lhe façam falta em termos cognitivos.

Educar, para Piaget, é "provocar a atividade" - isto é, estimular a procura do conhecimento. "O professor não deve pensar no que a criança é, mas no que ela pode se tornar", diz Lino de Macedo.


Assimilação e acomodação


Com Piaget, ficou claro que as crianças não raciocinam como os adultos e apenas gradualmente se inserem nas regras, valores e símbolos da maturidade psicológica. Essa inserção se dá mediante dois mecanismos: assimilação e acomodação.

O primeiro consiste em incorporar objetos do mundo exterior a esquemas mentais preexistentes. Por exemplo: a criança que tem a ideia mental de uma ave como animal voador, com penas e asas, ao observar um avestruz vai tentar assimilá-lo a um esquema que não corresponde totalmente ao conhecido. Já a acomodação se refere a modificações dos sistemas de assimilação por influência do mundo externo. Assim, depois de aprender que um avestruz não voa, a criança vai adaptar seu conceito "geral" de ave para incluir as que não voam.


Estágios de desenvolvimento

Segundo Piaget, há quatro estágios do desenvolvimento cognitivo. O primeiro é o estágio sensório-motor, que vai até os 2 anos. Nessa fase, as crianças adquirem a capacidade de administrar seus reflexos básicos para que gerem ações prazerosas ou vantajosas. É um período anterior à linguagem, no qual o bebê desenvolve a percepção de si mesmo e dos objetos a sua volta.

O estágio pré-operacional vai dos 2 aos 7 anos e se caracteriza pelo surgimento da capacidade de dominar a linguagem e a representação do mundo por meio de símbolos. A criança continua egocêntrica e ainda não é capaz, moralmente, de se colocar no lugar de outra pessoa.

O estágio das operações concretas, dos 7 aos 11 ou 12 anos, tem como marca a aquisição da noção de reversibilidade das ações. Surge a lógica nos processos mentais e a habilidade de discriminar os objetos por similaridades e diferenças. A criança já pode dominar conceitos de tempo e número.

Por volta dos 12 anos começa o estágio das operações formais. Essa fase marca a entrada na idade adulta, em termos cognitivos. O adolescente passa a ter o domínio do pensamento lógico e dedutivo, o que habilita à experimentação mental. Isso implica, entre outras coisas, relacionar conceitos abstratos e raciocinar sobre hipóteses.

3 comentários:

Unknown disse...

Piaget defende que é preciso respeitar ada estágio do desenvolvimento da criança, pois ela não aprende como o adulto, ela apropria-se do conhecimento de acordo com a fase de desenvolvimento que se encontra.Só assim ela pode desenvolver as suas habilidades e ampliar suas estruturas mentais.

Anônimo disse...

Das teorias de Piaget, é muito importante salientar que as crianças não são iguais aos adultos e que elas constroem seu próprio aprendizado.
É importante também conhecer e respeitar os estágios do desenvolvimento da criança, para que esta tenha um desenvolvimento saudável em todos os aspectos, físico, motor e principalmente afetivo.
Fernanda Martins

ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO MÉDIO NILZA CORRÊA PEREIRA disse...

Piaget ensina a pensarmos naquilo que as crianças podem vir a ser o que, muitas vezes, é confundido com aquilo que a escola ou o professor querem que ela seja.
A escola e o professor devem estimular o seu desenvolvimento em busca do conhecimento.

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