sábado, 13 de agosto de 2011

Paulo Freire (1921 - 1997).




O mentor da educação para a consciência


O mais célebre educador brasileiro, autor da pedagogia do oprimido, defendia como objetivo da escola ensinar o aluno a "ler o mundo" para poder transformá-lo.

Foi o mais célebre educador brasileiro, com atuação e reconhecimento internacionais. Conhecido principalmente pelo método de alfabetização de adultos que leva seu nome, ele desenvolveu um pensamento pedagógico assumidamente político. Para Freire, o objetivo maior da educação é conscientizar o aluno. isso significa, em relação às parcelas desfavorecidas da sociedade, levá-las a entender sua situação de oprimidas e agir em favor da própria libertação.

Ao propor uma prática de sala de aula que pudesse desenvolver a criticidade dos alunos, Freire condenava o ensino oferecido pela ampla maioria das escolas (isto é, as 'escolas burguesas'), que ele qualificou de educação bancária. Nela, segundo Freire, o professor age como quem, deposita conhecimento num aluno apenas receptivo, dócil. Em outras palavras, o saber é visto como uma doação dos que se julgam seus detentores. Trata-se, para Freire, de uma escola alienante, nas não menos ideologizada do que a que ele propunha para despertar a consciência dos oprimidos.


Aprendizado conjunto

Freire criticava a ideia de que ensinar é transmitir saber porque para ele a missão do professor era possibilitar a criação ou a produção de conhecimentos. Mas ele não comungava da concepção de que o aluno precisa apenas de que lhe sejam facilitadas as condições para o autoaprendizado. Freire previa para o professor um papel diretivo e informativo - portanto, ele não pode renunciar a exercer autoridade. Segundo Freire, o profissional de educação deve levar os alunos a conhecer conteúdos, mas não como verdade absoluta. Ele dizia que ninguém ensina nada a ninguém, mas as pessoas também não aprendem sozinhas. "Os homens se educam entre si mediados pelo mundo", escreveu. Isso implica um princípio fundamental para Freire: o de que o aluno, alfabetizado ou não, chega à escola levando uma cultura que não é melhor nem pior do que a do professor. Em sala de aula, os dois lados aprenderão juntos, um com o outro - e para isso é necessário que as relações sejam afetivas e democráticas, garantindo a todos a possibilidade de se expressar.


Seres inacabados

O método Paulo Freire não visa apenas tornar mais rápido e acessível o aprendizado, mas pretende habilitar o aluno a "ler o mundo", na expressão famosa do educador. "Trata-se de aprender a ler a realidade (conhecê-la) para em seguida poder reescrever essa realidade (transformá-la)", diz Freire. A alfabetização é, para o educador, um modo de os desfavorecidos romperem o que chamou de "cultura do silêncio" e transformar a realidade, "como sujeitos da própria história".

6 comentários:

Anônimo disse...

"Ninguém ensina nada a ninguém, aprendemos uns com os outros mediados pelo mundo".Isso é fantástico, pois o professor não é dono da verdade, estamos sempre aprendendo com nossos alunos.Podemos ser mediadores da aprendizagem para que nossos alunos se tornem seres autônomos, livres e democráticos, donos de sua história.

Professor: Antonio Aquino Recoba.

Unknown disse...

O professor é aprendiz e mediador dentro de uma sala de aula. Ao ensinar, aprende. Ao aprender, ensina. Feliz do professor que pode colocar-se na posição de aprendiz frente a sua turma, pois assim chama a turma à discussão do conhecimento, a formação de conceitos, a construção de ideias...
Bjs.
Circe

Anônimo disse...

Eu sou absolutamente "fã" de Paulo Freire, acho que foi um dos maiores pensadores em educação.
Como alfabetizadora já li muito sobre o seu método de alfabetização.
Em todos os seus livros passa para os leitores sempre aquela idéia de que o aluno é um ser que pensa e que já trás consigo muitos saberes e que devem ser aproveitados e pérfeiçoados pelo professor e que os educandos nao são caixinhas vazias em que o professor "dono de uma verdade absoluta" deposita conhecimento(educação bancária).
Os alunos estão na escola para tornarem-se sujeitos críticos, capazes de intervir na sua própria realidade, transformando-a positivamente.
Fernanda Martins

ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO MÉDIO NILZA CORRÊA PEREIRA disse...

Esta dinâmica do processo de aprendizagem é a que é explorada por Freire.
Na verdade, trata-se de um processo em constante desenvolvimento, ou seja, nunca aprendemos de forma definitiva.
Há sempre a possibilidade de crescer nas experiências de aprendizagem.

Sonia Sa disse...

Se todas as pessoas que fazem parte da educação, pensasse como esse teórico genial, omundo seria diferente,esse cara é dimais, é muito gostoso estudar o que ele fala.Admiro muito.

Anônimo disse...

Paulo freire é o mestre que me ensinou a construir investigar minha prática com o saber fazer e fazer aprende

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